Hoje publicamos as entrevistas com os realizadores que participam da mostra competitiva nos dias 25 e 26 de abril.
Juliana Sanson de Oliveira, diretora de Coração magoado
Como você apresenta o seu curta-metragem?
Coração magoado é um filme que fala um pouco sobre o universo feminino, talvez sobre um aspecto mais sombrio desse universo que também ultrapassa as fronteiras de gêneros, pois diz respeito aos desafios de superação de nossas dores e frustrações.
Toca também em temas como a obsessão e a busca da retomada do controle da própria vida emocional de uma maneira um pouco inusitada e, até mesmo, sádica.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Talvez dialogue em um sentido mais sutil, menos direto ou óbvio, se pensarmos na busca da personagem principal do filme que é uma busca pela sua própria paz interior. Sob esse aspecto, toda cultura da paz deve começar no equilíbrio individual, na predisposição de viver em paz consigo mesmo e, depois, com nossos pares e nosso entorno.
O seu curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Coração magoado recebeu o Prêmio do Público no Festival Pampifitas, em Portugal, e foi selecionado para os seguintes festivais: 7º Cine BH, 2º Curta Brasília, 3º Macaé Cine, 1º Pampifitas – Pampilhosa/Portugal, 11º Festival Taguatinga de Cinema e 2º Vercine – Festival de Cinema Brasileiro da Baixada Fluminense.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
Cada festival é uma conquista para qualquer filme, pois é uma das maneiras mais lindas do realizador poder mostrar o seu trabalho. É o momento em que podemos sentir o retorno do público e abrir o diálogo sobre nossas ideias e produções. O Festival Taguatinga parece ampliar e expandir esse momento por se tratar de um festival consolidado e que se propõe a estimular a troca entre realizadores e a aproximação do público com toda essa produção. Particularmente, estou animada e emocionada por poder mostrar o Coração magoado em um festival que demonstra tamanho respeito e paixão pelo cinema.
Dannyel Leite, diretor de O analisando e a coruja
Como você apresenta o seu curta-metragem?
O analisando e a coruja é uma história de perda, superação e coragem de uma mulher que passa por uma das piores experiências que podem existir para uma pessoa: perder o único filho e o marido.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Acredito que o filme dialoga com o tema do festival no sentido de mostrar, por meio da personagem Antônia, um pequeno retrato da busca permanente da solução de conflitos pelo diálogo. No caso do O analisando e a coruja são os conflitos internos da personagem, sua dor e sua falta de motivação para continuar vivendo. E é no processo de análise que ela busca saná-los.
O curta já participou de outros festivais (caso sim, quais)? Já foi premiado?
Não.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
Participar do festival é uma grande alegria e oportunidade. Alegria porque, para um realizador de qualquer tipo de arte, é imensamente gratificante poder mostrar seu trabalho para um número grande de pessoas, e é uma grande oportunidade de conhecer outros realizadores, trocar experiências, informações e conhecimento.
Evandro Manchini, diretor de Obrigado por me deixar assim
Como você apresenta o seu curta-metragem?
Obrigada por me deixar assim conta a história de Clara Brum, uma cineasta em ascensão que, ao deparar-se com o primeiro curta-metragem de um estudante de cinema, começa a refletir sobre si mesma. Por apresentar uma narrativa bem contemplativa, que mistura os universos particulares das personagens, o espectador é convidado a completar – com sua própria subjetividade – as arestas que ficam abertas na trama.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Gosto muito do tema, principalmente pelo fato dele ser amplo. O Obrigada não levanta nenhuma bandeira, mas possui, nas próprias protagonistas, uma questão que muito vem sendo discutida: um casal gay. Nesse sentido, acredito que o filme contribui para uma reflexão sobre a aceitação das diferenças, já que não usamos nenhum tipo de estereótipo para definir a orientação sexual das personagens: elas são um casal, mas, acima de qualquer coisa, humanas. Para mim, essa abordagem delicada que retrata duas mulheres que se amam como algo natural e cotidiano, dialoga bastante com o tema do festival. A cultura da paz é uma cultura onde existe respeito ao outro, onde nos enxergamos como iguais.
O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Não, será o primeiro festival.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
É uma oportunidade de fortalecer, cada vez mais, os novos rumos que o cinema nacional tem tomado. É importante estar em contato com outros realizadores, discutindo, trocando, conhecendo novas propostas. Essa possibilidade de encontro com pessoas que fazem a mesma coisa que você é uma das coisas mais legais do festival. E tem o fato do filme ter sido o mais votado na internet, o que me deixa muito feliz! Bom saber que um trabalho independente, feito com tanto carinho, está tocando as pessoas de alguma forma.
Tarcísio Lara Puiati, diretor de Cowboy
Como você apresenta o seu curta-metragem?
É um filme realizado de forma bem simples, mas com muito amor ao cinema. Surgiu do encontro de nossa equipe com o personagem Cowboy, de Parintins, no Amazonas.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Entre outros temas, o curta Cowboy fala de preconceito contra pessoas com deficiência. Se, de alguma forma, ele tocar o expectador, creio que podemos dialogar com o tema da paz e do respeito às diferenças.
O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Cowboy participou de mais de 20 festivais e ganhou oito prêmios. Entre os prêmios de destaque estão: Melhor Curta no FESTin 2013 – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa e Melhor Ator no 6 Festival de Cinema de Triunfo 2013.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
É uma oportunidade maravilhosa de dialogar com o público local e exibir nosso filme na magia de uma sala de cinema.
Weivson Andrade, diretor de Herói noir
Em poucas palavras, como você apresenta o seu curta-metragem?
Resposta em vídeo: http://youtu.be/gAUrRn5o8QE
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
O Herói noir estimula a reflexão e o diálogo sobre a polêmica do se “fazer justiça com as próprias mãos” de um ponto de vista artístico. Existem fortes opiniões de quem é contra e de quem é a favor, o diálogo e a reflexão sobre o tema é uma das soluções para uma sociedade mais justa e consequentemente mais influenciada pela cultura da paz. Então estimular essa reflexão é diretamente influenciar na mudança.
O seu curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Não, o Herói noir será lançado no Festival Taguatinga de Cinema.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
Morei em Taguatinga boa parte da minha vida, meus pais ainda moram em Taguatinga, estou na cidade quase todos os dias, então ter meu primeiro curta lançado nesse festival não é só um prazer imenso, é uma honra, o fechamento de um ciclo e o início de outro.
Tiago Leitão, diretor de Destinos
Como você apresenta o seu curta-metragem?
Destinos trata, sobretudo, de tradições. Trata de como quatro pessoas do sertão pernambucano vivem com o fim de símbolos de uma região e com o fim de tradições que conheceram, viveram e trabalharam por toda sua vida. O filme não pretende ser contra os avanços atuais, mas sim contra os avanços que passam por cima da história e das pessoas.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
A principal relação do filme com o tema do festival está na relação humana dos personagens com a cultura popular com a inquietação e sentimento de fim das suas estórias de vida. Cultura e paz, provavelmente, é o que cada um deles gostaria de ter hoje em dia.
O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Fomos ao World Auteur Shorts Film Festival-2013, Delhi Shorts International Film Festival-13, para o Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema 2013 e para o Festcine – Festival de Vídeos de Pernambuco 2013. Para o Festival de Cine de Iquique 2014 – Chile. E foi selecionado para concorrer ao prêmio de melhor fotografia na Semana ABC 2014.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
Sempre achei que filme, antes de tudo, é uma visão do autor sobre um tema e que quem faz filme quer mostrar essa visão para o máximo de pessoas possíveis. O Festival de Taguatinga é mais uma excelente oportunidade de discutir e passar as minhas impressões sobre esse o assunto do filme.
MOSTRA COMPETITIVA 26 DE ABRIL
Renata Diniz, diretora de Requília
Como você apresenta o seu curta-metragem?
https://www.youtube.com/watch?v=QrZqjhn4B2I&feature=youtu.be
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
O filme é sobre uma relação que nasce num lugar onde ninguém se vê e ou se fala: uma parada de ônibus. E, também, sobre o nascimento de uma amizade entre personagens de diferentes gerações e classes sociais. Acredito que ele passa por cima das diferenças e preconceitos que existem no mundo de hoje. E mostra quão bonita e rica pode ser a interação de duas pessoas de mundos diferentes.
O seu curta já participou de outros festivais (caso sim, quais)? Já foi premiado?
Sim. Já ganhou nove prêmios. São eles: San Diego International Kids Film Festival: Melhor Direção e Melhor Ator, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Mostra Brasília): Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Ator e Melhor Captação de Som Direto; Festival Guarnicê de Cinema: Melhor Roteiro e Melhor Ator e Festival Primeiro Plano: Prêmio Júri Infantil. E participou (ou vai participar) dos seguintes festivais:
ComKids – Prix Jeunesse Iberoamericano; San Diego International Kids Film Festival (EUA); Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – Mostra Brasília; Festival Guarnicê de Cinema; FestVitória – Festivalzinho; Festival Primeiro Plano ; Festival Internacional del Cine Pobre (Cuba); Projeto Cineminha; Pampifitas (Portugal); International Children`s Film Festival (Polônia).
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
Para mim, participar do Festival de Taguatinga é um orgulho. É ver o cinema da capital ganhar força e sentir que eu faço parte dessa história.
Kaiony Venâncio, diretor de Vixe boy, dei valor!
Na foto, o produtor Thiago Brunno (autor das respostas abaixo) e o diretor Kaiony Venâncio
Resposta em vídeo: http://youtu.be/z18oBBNO-TU
Como você apresenta seu curta-metragem?
O curta-metragem Vixe boy, dei valor foi produzido para o IV FINC- Festival de Baía Formosa, realizado em novembro do ano passado no RN. Como o tema do Festival era 1 minuto no País do Futebol, pensamos em fazer algo que fosse um pouco mais crítico, visto que a Copa do Mundo no Brasil trouxe vários problemas políticos, econômicos e sociais sob o pretexto de “deixar um legado”. Gostamos muito de um comentário feito pelo Lucas Soussumi da Abpi-TV quando mostramos o curta durante a época da votação que o definiu como “sutil, mas agressivo”. Pensamos que a mensagem de um filme não precisa e nem deve ser didática, mas sobretudo poética. Na sinopse descrevemos: Junior, garoto de 10 anos de idade, faz a alegria dos seus amigos com um presente bastante criativo.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura de paz”. Como você acha que seu curta dialoga com o tema?Nós da Eita Filmes, gostamos de produzir conteúdo que possa de alguma maneira ser inspirador ou transformador para quem os assista. O Vixe boy, dei valor tem uma pegada um pouco mais crítica, por questionar um pouco sobre os altos investimentos feitos para a Copa do Mundo, um evento que favorece poucos e massacra simbolicamente e fisicamente uma população inteira, sobretudo a mais pobre. A crítica em si é geradora de conflito, porém faz parte de um questionamento essencial para a manutenção de uma democracia. E dessa maneira, a paz não pode ser vista como uma total ausência de conflitos, mas sim como uma tentativa de se construir um espaço justo para todos, livre desses tipos de violência contra as minorias.
O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Como mencionei anteriormente, Vixe boy, dei valor foi feito para o FINC. Neste Festival, realizado em Novembro de 2013, vencemos a Votação por júri popular e ficamos em 2º lugar pelo júri técnico. Com esse resultado, fomos automaticamente selecionados para participar em maio do Festival Off Plus Camera, na Cracóvia, Polônia, para onde embarco assim que terminar o Festival Taguatinga. Em janeiro, participamos do I Curta Picuí e vencemos no voto popular na categoria de Vídeos com até 5 minutos. E no dia 26 de abril, quando nosso filme estiver sendo exibido no Festival Taguatinga, ele também estará sendo exibido no Farcume, extensão do tradicional festival Português no Brasil que será realizado em Boa Vista, PB.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema? Por que?
Participar de festivais tem sido importante para a consolidação do nome Thiago Brunno, Kaiony Venâncio e da Eita Filmes como produtora. Participando do FINC, conseguimos aparecer mais no nosso Estado, Rio Grande do Norte, assim como no curta Picuí e no Farcume, nos aproximamos mais ainda da Paraíba, a qual já tínhamos uma certa proximidade. Participar do Festival Taguatinga é uma oportunidade de aparecer num festival consolidado há 11 edições, que obviamente representa muito para quem faz parte do meio audiovisual e também é uma oportunidade de ter uma projeção mais nacional do seu trabalho. Foi fruto de uma batalha árdua e angustiante de um processo extenso e conturbado de votação online no qual conseguimos nos classificar com sucesso.
Fernanda Ferreira, diretora de Um amor, duas vidas
Como você apresenta o seu curta-metragem?
O curta metragem Um amor duas vidas é um filme sem falas, possui apenas trilha sonora. Ele surgiu na ideia de um TCC (trabalho de conclusão de curso) para a faculdade de Artes Visuais. Não aprendemos cinema neste curso, então foi tudo à base de pesquisas. O projeto inicial se chamava curta-metragem experimental. Sua poética tem a intenção de fazer a união das artes cênicas com plásticas.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Acho que dialoga super bem, pois é um filme que fala sobre amor, dor e superação. Os personagens são separados pela I Guerra Mundial que é a grande “vilã” da história. Em um mundo onde existe guerra, dor e sofrimento, o amor e a arte são caminhos que nos levam à paz.
O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Sim. Ele participou da 2ª Edição da Mostra Áudio Visual Hardy Kowalesky – Cine Cosmo e levou o prêmio de melhor filme.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
Significa muito!!! É maravilhoso poder levar meu filme para outro Estado, onde várias pessoas poderão assistir. Vou conhecer muitos colegas do audiovisual, vamos trocar ideias. Quero acima de tudo poder me divertir e aprender! É um sonho mesmo e dedico tudo isso ao meu pai, que me ajudou extremamente fora e dentro do filme (ele é o carteiro) e infelizmente não mais aqui… Se ele estivesse, estaria chorando de alegria por eu ter conseguido essa oportunidade. Agradeço a todos.
Tarcísio Lara Puiati, diretor de Quimera
Como você apresenta o seu curta-metragem?
O curta Quimera é uma declaração de amor ao Rio Madeira e à cidade de Porto Velho, em Rondônia. É um filme simples e romântico, todo rodado ao entardecer, com os atores sempre em silhueta contra o sol. É a busca por um cinema poético e popular.
O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Um dos temas de Quimera é a diversidade sexual. Conviver com as diferenças e respeitar toda forma de amor tem tudo a ver com paz.
O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Quimera participou de oito festivais e ganhou os prêmios de Melhor Filme do Júri Popular nos festivais FestCine Amazônia e Amazonas Film Festival.
Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema? Por que?
Exibir Quimera em Taguatinga é uma imensa alegria porque é um filme feito para o público, buscando uma comunicação direta. Será ótimo dialogar com o público local e falar de cinema com nosso pequeno filme.
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