A diretora recebeu o prêmio de melhor filme na categoria cineclubista – conferido pela União dos Cineclubes do Distrito Federal e Entorno – UCDF. Nessa cidade todo mundo já bebeu na Bica conta histórias de carnaval da mais tradicional banda de carnaval de rua de Manaus, a Banda da BICA. O curta-metragem apresenta depoimentos, vídeos e fotos relembrando a motivação que criou a Banda e as suas irreverentes e críticas marchinhas de carnaval. * Crédito da foto: Paula Carrubba.
O que significou participar do festival?
Participar de um festival inteligente como esse é extremamente importante para qualquer profissional do audiovisual nacional. Porque mesmo ele sendo pequeno, pensa na internet como plataforma de distribuição, esse é um pensamento atual na construção de festival que foca no independente e deixa espaço para experimentos. O acesso é outro ponto a ser citado, saber que seu filme terá uma oportunidade ímpar de ser visto por surdos mudos é bem animador para mim. Porque vejo as linguagens, produções artísticas verdadeiras em geral, como ferramentas de mudança social, psicológica e de vivência, está ligado diretamente a evolução humana. E oferecer isso a todos, não tem preço.
Esperava ser premiada?
Claro que não, nenhum diretor que promove obras construídas visualmente e que tem narrativas não convencionais como as minhas, não pensa nunca em ganhar um prêmio. Antes de finalizar o curta, você já sabe que essa possibilidade é muito remota. Os cineclubes são a resistência e uma fonte importante para o escoamento das produções independentes, acredito que por esse motivo aconteceu esse reconhecimento. Mas ainda me assusta esse papo de prêmio.
Como você enxerga o Festival de Taguatinga de Cinema dentro do contexto nacional de festivais de cinema?
Temos muitos festivais grandes espalhados pelo Brasil, mas poucos pensam em novas formas de distribuição, alguns grandes, mesmo utilizando recursos públicos não dão acesso ao público e ainda por cima querem que seu filme seja inédito no estado da realização do festival, isso não faz sentido nenhum, um pensamento elitista e desagregador. E essa ideia passa longe da construção do Festival de Cinema de Taguatinga, me sinto muito feliz por ter participado. A única coisa ruim do festival é que ele deixa uma saudade, mas se eu não for na 12º edição alguém do norte vai, porque quando as inscrições, que é tão simples de ser realizada, abrirem novamente, serei a primeira espalhar a informação por aqui.
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