Desde o dia 27 de março estão sendo ministradas no Teatro da Praça (Taguatinga), às terças e quintas, as aulas da Oficina de Realização Audiovisual Popular. O professor William Alves, cineasta e diretor do Festival Taguatinga de Cinema, está animado com a condução da oficina e, na entrevista abaixo, faz um balanço dessa atividade (que segue até 22 de abril).
É possível apontar um perfil dos alunos?
Sim, é um grupo muito diverso. Temos o mais jovem com 18 anos e o mais velho com 50. Além disso, são pessoas de localidades e realidades totalmente diferentes, cada um de uma cidade satélite. Temo um raper de Brazlândia, uma jornalista do Riacho Fundo 2, um blogueiro político da Ceilândia, um produtor de vídeos de Taguatinga, um professor de inglês da M Norte, uma francesa que mora na Asa Sul (e que retornou para o Brasil há apenas dois meses), uma fotógrafa e uma antropóloga que trabalha com violência doméstica. Enfim, é um público altamente qualificado e com experiências riquíssimas.
Os alunos já tinham experiência audiovisual ou estão começando agora?
De certa forma, a maioria deles já possui experiência com audiovisual, ainda que sejam experiências mais simples e menos complexas no que diz respeito à produção. Mas temos também aqueles que estão começando.
Quais são as dúvidas mais constantes dos alunos?
As dúvidas são muitas, desde como se faz um roteiro até como se filma para internet. Mas na medida que caminhamos, percebemos que existem questões primeiras e uma delas é desenvolver uma capacidade de compreensão e entendimento das imagens cotidianas a que estamos submetidos. Esse entendimento é que nos possibilita desenvolver projetos de filmes e vídeos de maneira mais consciente. A oficina é pautada por uma discussão que privilegie a compreensão da realidade que nos circunda. Trabalhamos com conceitos de representação social, ponto de vista e construção da realidade. O objetivo é criar um ambiente de reflexão sobre a realidade e as imagens que povoam esse universo. E a partir disso construirmos um entendimento coletivo do todo e um certo nivelamento conceitual. Desse ponto em diante, considero que todos estão preparados para iniciar os processos de construção e realização das narrativas que serão filmadas, pois a oficina é de realização audiovisual e objetivamos que os alunos façam filmes – os quais serão exibidos na cerimonia de encerramento do Festival Taguatinga de Cinema.
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