ENTREVISTA COM EVANDRO MANCHINI, DIRETOR DE “OBRIGADO POR ME DEIXAR ASSIM”

Evandro_Manchini

Como você apresenta o seu curta-metragem?
Obrigada por me deixar assim conta a história de Clara Brum, uma cineasta em ascensão que, ao deparar-se com o primeiro curta-metragem de um estudante de cinema, começa a refletir sobre si mesma. Por apresentar uma narrativa bem contemplativa, que mistura os universos particulares das personagens, o espectador é convidado a completar – com sua própria subjetividade – as arestas que ficam abertas na trama.

O tema do Festival Taguatinga de Cinema deste ano é “cultura da paz“. Como você acha que o seu curta dialoga com esse tema?
Gosto muito do tema, principalmente pelo fato dele ser amplo. O Obrigada não levanta nenhuma bandeira, mas possui, nas próprias protagonistas, uma questão que muito vem sendo discutida: um casal gay. Nesse sentido, acredito que o filme contribui para uma reflexão sobre a aceitação das diferenças, já que não usamos nenhum tipo de estereótipo para definir a orientação sexual das personagens: elas são um casal, mas, acima de qualquer coisa, humanas. Para mim, essa abordagem delicada que retrata duas mulheres que se amam como algo natural e cotidiano, dialoga bastante com o tema do festival. A cultura da paz é uma cultura onde existe respeito ao outro, onde nos enxergamos como iguais.

O curta já participou de outros festivais? Já foi premiado?
Não, será o primeiro festival.

Para você, o que significa participar do Festival Taguatinga de Cinema?
É uma oportunidade de fortalecer, cada vez mais, os novos rumos que o cinema nacional tem tomado. É importante estar em contato com outros realizadores, discutindo, trocando, conhecendo novas propostas. Essa possibilidade de encontro com pessoas que fazem a mesma coisa que você é uma das coisas mais legais do festival. E tem o fato do filme ter sido o mais votado na internet, o que me deixa muito feliz! Bom saber que um trabalho independente, feito com tanto carinho, está tocando as pessoas de alguma forma.