Em 2018, a segunda edição do Taguá MAPI - Mercado Audiovisual de Produção Independente chega para fortalecer o eixo de formação do Festival Taguatinga de Cinema, partindo da base para pensar o desenvolvimento e as estratégias para o mercado audiovisual regional. Fortalece Taguatinga como um território importante para o audiovisual, tanto na perspectiva regional quanto num horizonte nacional, e se combina harmoniosamente com a curadoria do festival, que, a partir do tema O Movimento em Nós, lança seu olhar sobre as produções que estão intervindo criativamente em suas realidades, buscando responder ao espírito antidemocrático, obscurantista e de intolerância que, depois de muito tempo, volta à tona em nosso país. Neste sentido, o Taguá MAPI 2018 se dedica às realizadoras e realizadores cujos olhares impactam diretamente nas realidades investigadas, valorizando a produção que irrompe nas redes e nas telas, conectada com o que acontece ao redor.
Neste ano, as manhãs do Taguá MAPI serão preenchidas por um Laboratório de Desenvolvimento de Projetos, onde 20 realizadores previamente selecionados farão, juntos a cineasta Alice Lanari e Larissa Rolim, um mergulho nesta etapa fundamental, e muitas vezes pouco aproveitada, do fazer cinematográfico. As inscrições estão abertas!
Às tardes, os painéis trazem realizadores e articuladores deste cinema que se propõe à reflexão contemporânea, para um debate franco e aberto ao público, focado em duas rodas de diálogo. No dia 23 de agosto, Antônio Balbino (DF), Emílio Domingos (RJ) e Larissa Fulana de Tal (BA) debaterão no painel Distribuição: perspectivas de guerrilha. No dia seguinte, 24, Amaranta Cézar (BA), Elen Linch (AM) e Thay Limeira (DF) trarão suas experiências em Cinema de Intervenção: um olhar ativo sobre a realidade.
No sábado, 25, última tarde do Taguá MAPI, teremos a masterclass A experimentação da imagem como espaço de insurgência, com Yasmin Thayná, cineasta e diretora carioca formada pela Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. Nesta super aula, a realizadora vai expor questões, esquemas e referências dos seus processos criativos e fílmicos, mostrando como eles se compõem em diversas camadas, partindo sempre de um objetivo estético imagético. Yasmin abrirá seus arquivos pessoais, revelando seus primeiros curtas-metragens, iniciados aos 16 anos de idade, até as suas produções mais recentes, entre eles Kbela, o filme, uma experiência sobre ser mulher e tornar-se negra, e seu último curta-manifesto Fartura.
Se o cinema é uma rede criativa, estética e econômica cada dia mais integrada, é preciso discutir o lugar de Taguatinga e de outros centros ditos "periféricos" como pólos de produção, fruição e imaginação audiovisual, pois é desses lugares que o audiovisual mais inventivo e arriscado tem saído ultimamente. E se os gargalos seguem existindo, será frente a eles que uma geração de jovens criativos buscarão espaço e oportunidades na economia da cultura. É preciso discutir a visibilidade dessa produção emergente. O Taguá MAPI 2018 se propõe a discutir, formar e fazer circular esse conteúdo para, de forma criativa, abrir espaço aos instigados e propagar o movimento em nós.
9h às 13h | LabMAPI - com Alice Lanari e Larissa Rolim |
15h às 18h | PAINEL 1 - DISTRIBUIÇÃO: PERSPECTIVAS DE GUERRILHA - com Emílio Domingos (RJ), Antônio Balbino (DF) e Larissa Fulana de Tal (BA) |